Foi no dia 09 de fevereiro de 1978, na cidade de Frederico Westphalen/ RS, no início da manhã que inspirei a vida pela primeira vez.
Sou filha de Usire e Zilda.
Ele, meu pai, um dos primeiros comerciantes Frederiquenses. Meu pai aprendeu a maioria das coisas que sabe fazendo (e se emociona ao contar que aos 16 anos (1944) abriu e consertou sozinho o primeiro motor) e foi fazendo que contribuiu para o desenvolvimento da cidade não apenas com sua loja e trabalho, mas também participou da criação da Rádio Luz e Alegria e da Universidade local, da construção da Igreja Catedral e foi sócio do primeiro cinema da cidade, um dos homens mais bons, honestos, congruentes e inteligentes que conheci.
Ela, minha mãe, ex-empregada doméstica, mãe de três, dona de casa, cozinheira de mão cheia e por muito tempo fabricante do melhor pãozinho da cidade, minha mãe rompeu grandes barreiras sociais da sua época em busca de dignidade como mulher, uma das mulheres mais corajosas, alegres e determinadas que conheci.
Os dois filhos de agricultores e netos de imigrantes italianos que desbravaram as terras virgens do Rio Grande do Sul em busca de sustento, lar e progresso para suas famílias. Todos viveram tempos difíceis e se mantiveram firmes na vida, acredito, por causa da grande fé em Deus que sempre os acompanhou. Nenhum herói, homens e mulheres que superaram os limites do seu tempo e se permitiram criar um legado que não está registrado em manchetes de jornais ou livros de história. O legado deles é a vida vivida e vencida dia após dia e a qual eles permitiram que chegasse até seus descentes.
Sou fruto dessa árvore com muita honra, amor e respeito.